Comecei
a praticar corrida de rua em 2014 (10 anos antes de correr a São
Silvestre), por incentivo de colegas do SERPRO, a empresa que eu
trabalhava na época. Corri 5 km na Corrida da Caixa em 2014, e repeti a
mesma prova em 2015 e 2016. Acho que foi no primeiro semestre de 2017
fui convidado para participar do grupo de corrida Furacão Runners,
atleticanos que representam o Athletico nas corridas. (já escrevi um
pouco dessa história neste post.
Mas
a verdade é que eu comecei a participar de provas com mais frequência a
partir de junho de 2017, corri várias corridas de 5 km aquele ano e
também em 2018. Em 2019, além de corridas de 5 km, corri 2 de 6 km, 2 de
7 km e uma de 7,5 km. Em 2020 corri uma corrida de 7 km, 2 de 5 km e
uma de 8 km, quando veio a pandemia do COVID-19 e os eventos coletivos
foram suspensos. No final de 2021 corri 2 corridas virtuais (aquelas que
você corre sozinho e manda o tempo para a organizadora da corrida) de 5
km. Em 2022 os eventos foram voltando aos poucos e corri 4 corridas de 5
km.
Já
há algum tempo eu vinha pensando em correr a Corrida de São Silvestre. É
uma corrida tradicional e que desde criança eu via na TV. Em 2023 eu
coloquei na cabeça que precisava correr 10 km, para depois aumentar até
chegar aos 15 km da São Silvestre. Nesse ano eu corri 3 corridas de 5
km, fui até a cidade de Rio Negro/Mafra participar de uma corrida de 7 km (com
bastante subida) e finalmente em dezembro corri 10 km na Corrida da
Sanepar. Nessa última corrida, parte dela eu corri ao lado do Ricardo
Pinto, ex goleiro do Athletico, que me incentivou bastante. O resultado é
que fiz um bom tempo e aguentei a nova distância.
Uma
vez que passei a correr 10 km, em 2024 a meta era chegar a correr 15 km
na Corrida de São Silvestre. Nesse ano então eu corri 6 corridas de 10
km e 1 corrida de 11 km. E fiz treinos no Parque Barigui de 11, 12 e 14
km.
São Paulo - 29 a 31/12/2024 - Corrida de São Silvestre
Domingo
dia 29/12 saí da Rodoviária de Curitiba às 12:30 num ônibus da Viação
Eucatur, chegando em em São Paulo próximo das 19:00. Peguei o metrô para
o Hotel Cinelândia (que fica na Av. São João, próximo à Praça da
República). Jantei no Habibs e fui dormir.
Segunda
dia 30/12 tomei café no hotel e fui de metrô até o Parque Ibirapuera.
Lá era o local para pegar o kit da corrida e onde estava rolando a Feira
da Bienal de São Paulo. Além da Bienal em si, havia uma feira de artigos de corrida.
Voltei para o hotel e fiz um mini tour a pé nas redondezas (e
aproveitei para ver alguns pontos e ruas que iria passar pela São
Silvestre no dia seguinte). Passei pela Praça da República, andei
bastante nos vários andares da Galeria do Rock (que para quem gosta de
rock é muito legal), passei na frente do Teatro Municipal, passei por
cima do Viaduto do Chá e de lá apreciei a vista do Vale do Anhangabaú.
Por fim, almocei no Shopping Light.
Terça
dia 31/12 era o grande dia. Acordei bem cedo e no café do hotel comi
apenas algumas frutas. Peguei o metrô para chegar até o ponto de largada
na Avenida Paulista. E nas estações de metrô já comecei a sentir o
clima da corrida pois havia muita gente se deslocando para lá, a maioria
com a camiseta roxa da corrida. Eu largava no Pelotão Geral e estava na
onda vermelha (dos mais lentos com pace acima de 6). Parei na estação
MASP e saindo dela caí numa muvuca com um amontoado de pessoas acessando
a área dos corredores, e estava entrando um por vez.
Entrei
na área dos corredores e me posicionei. A largada do Pelotão Geral
seria às 8:05 mas atrasou quase 40 minutos. E finalmente largamos. É
impressionante a quantidade de pessoas correndo. Foram 37.500 inscritos e
ver tanta gente na rua é bem diferente. Percebi, e já haviam me
alertado sobre isso, que nos primeiros 2 km não tem como ser rápido, tem
tanta gente que só se consegue correr devagar. No final das contas eu
notei que na corrida toda sempre tem pessoas caminhando ou correndo
devagar, a São Silvestre não é para melhorar tempo ou bater recorde
pessoal.
E
lá estava eu correndo em São Paulo, com tanta gente por perto a
empolgação aumenta. Vale destacar a festa que a galera faz, gente
fantasiada, de cartaz e tudo mais. Tinha um grupo de uns 30 corredores e
corredoras que estavam com fantasia de Mario, com caixa de som e tudo,
muito legal. Fui bem nos 5 primeiros km, dos 6 aos 10 eu me cansei
bastante, estava calor e o sol apareceu mas eu sinceramente achei
suportável. Até chegar ao início da subida da Brigadeiro (supostamente
no km 12 ou 13) eu havia caminhado um pouco 2 ou 3 vezes e o restante
correndo. Cheguei na Brigadeiro e eu estava decidido que ia correr toda
ela ou o máximo que conseguisse. Doce ilusão...
A
Av. Brigadeiro é uma subida de quase 2 km, onde muita gente "morre"
nessa parte da corrida. Quando comecei a subir os primeiros metros eu
estava bem desgastado, devo ter corrido uns 200 ou 300 metros e já
passei a caminhar. E nessa subida foi nessa de corre um pouco e caminha
um pouco, eu não tinha energia para correr muito ali. Cheguei correndo
na Av. Paulista e segui até a linha de chegada, que parecia que nunca
chegava... Mas consegui completar a prova e pegar a medalha grandona.
Olhei a minha marcação e corri 15,87 km em 02:01:37. Tempo acima do que
eu previa, mas de fato fui lento após os 10 km e principalmente na
Brigadeiro, além disso corri quase 16 km, 1 km a mais do que o previsto.
Eu
estava morto de cansaço, mas completei a prova e estava feliz por ter
alcançado o objetivo. No final eu fiz uma homenagem à Thais, eu havia
levado um cartaz que estava no meu bolso com os dizeres: "Thais, você
estará para sempre em nossos corações. Te amo! São Silvestre 2024".
Dediquei essa conquista há minha filha, que nos deixou em 2021 e que
sentimos muitas saudades.
Correr
a São Silvestre foi uma experiência incrível. Além de todo o clima dos
participantes, da torcida (em vários pontos haviam pessoas nas laterais
das ruas incentivando e até fazendo um "bate aqui" com a mão) tem o
simbolismo de participar desse evento tradicional e internacional.
Alcancei minha meta e até estou pensando em voltar nos próximos anos.
Depois
da corrida, entrei numa fila enorme para adentrar a estação do metrô,
voltei para o hotel, tomei banho, comprei um x-salada no Rei do Mate,
fui até a Rodoviária Tietê de metrô e finalmente às 14:00 embarquei com a
Viação Cometa para Curitiba, onde cheguei às 20:30. Era o último dia do
ano e pude celebrar a virada junto com a minha querida Rosi.
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