quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Alone in New York


Em 26/08/2018 Cheguei de trem na Penn Station, na 7th Avenue bem no centro de Manhattan. Lugar grande onde chegam e saem trens para muitos lugares. Eu havia olhado no mapa antes e sabia mais ou menos onde pegar o metrô até o Hostel. Não foi difícil pois a estação do metrô é integrada. Comprei um passe para 7 dias que era o tempo que ficaria na cidade. Entrei num metrô lotado, não sei se dei azar ou era horário de pico apesar de ser domingo. Enfim, cheguei ao HI New York Hostel, diferente de Chicago onde eu tinha um quarto só para mim, aqui dividi o quarto com 9 pessoas, 5 beliches haviam nele, o espaço é apertado. Em compensação as áreas comuns do hostel são agradáveis e confortáveis, o hostel tem muitos quartos, é grande. Tem uma lanchonete dentro do hostel com preços justos e comida boa. O lugar também tem uma cozinha super equipada com muitas louças, canecas, talheres, vários fogões, geladeiras e freezers. Quem gosta de cozinhar tem tudo à mão. Antes de dormir vi uma apresentação de stand up comedy no hostel com humoristas de New York. Falaram umas palavras que eu aprendi em Chicago e aprendi mais algumas. Claro que perdi algumas piadas por não entender todas as palavras mas faz parte.

27/08 Começando a aventura, dormi bem, tomei café e fui caminhando até o Central Park que era perto do Hostel. O lugar é realmente gigante: 3,4 km quadrados e ocupa uma grande parte de Manhattan. Baixei o mapa do parque antes de ir o que me ajudou no passeio. É bonito, tem muitos gramadões que os americanos adoram. Alguns com espaço para jogar (baseball principalmente) outros simplesmente para fazer o que quiser. Alguns tomam banho de sol, outros fazem piquenique. Tem vários lagos espalhados pelo parque e até um maior que chamam de Reservatório. Entrei pelo lado oeste do parque, umas 3 quadras do hostel. Desci até o sul e voltei pelo leste. Dei a volta olhando os pontos de interesse no mapa. O lugar é tão grande que mesmo com o mapa não é fácil se guiar em alguns pontos. Algumas ruas para carro passam por baixo do parque. Dentro tem vários km de pista para bike e caminhada/corrida.

Quando eu estava no norte do parque já eram 7 da noite. Fiquei meio assim de ficar lá quando escurecesse. Eis que fico desnorteado, entrei numa espécie de trilha e tinha certeza que deveria ir para a direita. Um americano que arranhava português disse para eu ir mais para a esquerda. Resultado, saí do lado errado do parque. Aí fiquei um pouco preocupado, eu estava cansado de tanto caminhar e pensei em pegar o metrô. Olhei o mapa e teria que andar várias quadras para isso. Comecei a andar e pensei melhor, o que eu precisava era atravessar o parque em linha reta, o problema é que as ruas/trilhas não são retas dentro do parque. Voltei por onde tinha saído e fui tentar atravessar. Cheguei num gramado para jogos e pelo mapa eu estava bem. Andei mais um pouco e cheguei no lago chamado Piscina. Aí beleza, foi esse lago que eu vi na entrada. Deu certo. Ufa! De qualquer forma, acho que nunca caminhei tanto na vida. O Central Park é legal, algumas partes gostei mais, mas recomendo um bom planejamento para visitar, principalmente se tiver pouco tempo. Não dá para ver tudo! Vi vários esquilos e tartarugas.

No hostel, 2 vezes por semana fazem um churrasco de boas vindas. Nesse dia eu participei. É legal para o pessoal se integrar. Conversei um pouco com uma australiana e uma inglesa, aí chegam na mesa 4 pessoas, 4 brasileiros falando português. O curioso é que só duas estavam juntas, os demais se encontraram ali na hora. Dia 28/08 meu breakfast foi pancakes with butter and syrup na lanchonete do Hostel. Muito bom. No segundo dia na cidade eu percebi que New York é bem mais quente que Chicago, eu estava tomando bastante água nas minhas andanças. Nesse dia marcou 33 graus no início da noite. Depois do café peguei o metrô e fui para a famosa Times Square. Talvez eu tivesse criado uma expectativa muito grande pois confesso que não achei grande coisa. Eu tinha visto algumas fotos antes de ir e imaginava que veria fachadas de led em tudo. Tinha muita fachada de led ou neon (parece que é obrigatório por lei na região) mas menos que eu esperava. E são poucas quadras. Eu imaginava várias. Mas caindo na real o lugar é bonito sim e é legal ver tanto turista e tanto "figura" num só lugar. Eu também imaginava que todos os teatros dos musicais da Broadway fossem numa mesma rua mas são espalhados pela região.

Saindo da Times Square peguei o metrô e fui para a Wall Street. Caminhei até a igreja mas a mesma estava em reforma, visitei a capela e um gramado/cemitério do lado. Depois da igreja eu iria caminhar para o lado contrário mas vi uma placa informando que eu estava há 5 minutos do Memorial do 11 de Setembro. Então visitei o Memorial com as duas piscinas onde eram as torres gêmeas. Em volta fica o World Trade Center (que na verdade é um complexo de edifícios), o edifício mais alto (One World Trade Center) é realmente muito bonito e se destaca demais. Já que estava ali e faltava pouco para chegar no rio, fui até lá. Gostei. Vi a Estátua da Liberdade de lá. Haviam bancos de praça estratégicos para ficar (ou namorar) na sombra com vista para o rio.

Na volta achei que passando por dentro de um prédio tipo um shopping eu cortaria caminho. Eu só não imaginava o mundo que tinha embaixo. Não só cortei caminho como cruzei várias ruas (andei umas 4 ou 5 quadras). Tudo isso num shopping com muitas lojas, interligação com várias linhas do metrô e até um terminal de trem para cidades próximas. Até parei para tirar foto do ponto interno mais alto. Por fim saí num prédio do World Trade Center. Depois acabei descobrindo que "sem querer" visitei o Westfield World Trade Center Shopping, o maior shopping de Manhattan que fica entre os prédios do World Trade Center. Voltei para a Wall Street para conhecer o outro lado. Tem prédios altos e bonitos. Não achei o famoso Touro de Wall Street. Cheguei no rio agora pelo lado leste. Vi a Brooklyn Bridge e muita fila para pegar barcos por ali. Comi um hot dog e voltei pro Hostel. Algo que notei é que tem muito carrinho de comida de rua pela cidade, em toda parte. O hot dog de New York é bem simples: pão, salsicha, ketchup e mostarda (que eu não gosto).

29/08 fui até o sul de Manhattan de metrô para pegar o Ferry/barco para Staten Island. É o distrito/bairro menos famoso de NY. Esse barco é gratuito, sai a cada meia hora e passa relativamente perto da Estátua da Liberdade. O pessoal não chega a formar filas mas ficam esperando abrir o portão de embarque meio amontoados para tentar pegar um bom lugar. Entrei e subi pro segundo andar que tem as laterais abertas. Mas errei o lado. Achei que o barco fosse girar mas ele saiu na posição que estava. Quando fui para o outro lado estava cheio e tive concorrência para fotos. Mas algumas saíram boas e deu para ver legal a estátua. Me bati tentando fazer uma selfie boa mas percebi que a sombra do próprio barco não deixava eu aparecer direito. Desci em Staten Island e fui no Memorial 11/09 (lá também tem um) e no estádio do Yankees. Perguntei para o cara da bilheteria do estádio se dava para visitar, ele me disse que não porque haveria jogo à noite. Andei um pouco e achei um portão aberto, então entrei para tirar umas fotos rapidinho. Voltei para Manhattan fazendo a travessia de volta e fui atrás do Empire State. O prédio tem 340 metros de altura, bonito. Acabei não pagando a entrada para o observatório (38 dólares) mas tirei umas fotos no hall e por fora. Aproveitei para ir na Penn Station tentar entender como chegar ao aeroporto de trem.

30/08 Pra começar eu fui na missa e conheci a St Patrick Cathedral. Igreja bem estilosa. Andei em algumas ruas próximas ao Rockfeller Center também e tirei foto da estátua do Atlas. Era dia de ir na Brooklyn Bridge com 1834 metros de extensão. Gostei da ponte. Muito turista. A gente caminha e nem vê passar os quase 2 km, a vista é incrível. A temperatura era de 29 graus e as nuvens cobriam o sol por alguns momentos para aliviar e ajudar nas fotos. Chegando no Brooklyn saí da ponte e fui à beira rio, fiquei observando e curtindo. Vi até um cardume de peixes bem pequenos. A vista para Manhattan é muito legal. Depois fui procurar onde pegar o metrô para voltar pra Manhattan. Achei confusas as ruas do Brooklyn, acho que não são retangulares. Olhei bem o mapa que tinha embaixo da ponte e ainda assim fui na direção errada. Precisei perguntar para algumas pessoas para chegar à estação.

31/08 foi um dia que fiquei em pé e caminhei bastante, cansativo. Fui na Times Square tentar entender o funcionamento dos rush tickets (ingressos não vendidos previamente para aquele dia por preços menores). Perguntei em alguns teatros e descobri que tem que estar no teatro escolhido na abertura da bilheteria e que pode acabar rápido. Fui também ao MoMA - Museum of Modern Art. Haviam me dito que é um passeio imperdível em New York. Achei legal apesar de eu não ser muito do mundo das artes. Tirei fotos com alguns quadros do Van Goch e do Picasso. Nas sextas a entrada é gratuita das 16 às 20 hs, tinha gente saindo pelo ladrão mas deu para ver de boa. Ainda voltei no final no 5o andar tirar uma selfie com o quadro mais concorrido: The Starry Night do Van Gogh. Depois do MoMA voltei até a Times Square pois queria ver como fica à noite, as luzes de led e tal. É mais bonito que de dia mas achei que as fotos com o celular não ficam boas.

01/09 sabadão, acordei cedo e fui tentar comprar um rush ticket. Cheguei uns 50 minutos antes de abrir a bilheteria do Lyceum Theatre, achei que teria fila mas haviam só 4 pessoas. Ao abrir a bilheteria haviam umas 10 pessoas, todos devem ter conseguido o ingresso. Paguei um pouco mais caro do que dizia o site e só aceitava cartão, mas garanti presença numa peça da Broadway. A peça seria as 14 hs. Fiquei na segunda fila da platéia, ótimo lugar. Gostei, era uma comédia chamada "The play that goes wrong". Alguns personagens tinham sotaque britânico mas acho que entendi a maior parte das falas. Uma estória muito bem sacada e algumas cenas bem engraçadas.

Saindo de lá a Times Square estava entupida de gente. Peguei o metrô e fui na Wall Street procurar o tal touro. Achei e tinha muita gente tirando foto do "bicho". Resolvi andar para o sul e percebi que o Ferry para Staten Island era bem perto. Pensei: já que estou aqui vou dar uma volta nesse barco. Curti a paisagem, tirei umas fotos (algumas melhores da Estátua da Liberdade) e voltei. De novo ao touro ainda haviam várias pessoas e eu querendo tirar uma selfie decente. Subi numa mureta próxima e fiquei vários minutos para conseguir algumas fotos razoáveis. Tinha fila de um lado para tirar foto com a cabeça do touro e do outro lado pegando no saco do bicho (diz a lenda que fica rico ou algo assim). Como eu li que pegar no chifre do touro tem o mesmo efeito, fiz isso e só falta ficar rico.

02/09 acordei cedo e fui caminhando até o bairro Harlem. Fui ver o culto com música gospel na Antioch Batist Church. Como cheguei adiantado dei uma caminhada na rua e achei a St Joseph of The Holy Family, que é católica. Demorei para perceber que era católica. O padre fez um pré-batismo diferente no começo. Tem um coral sensacional nessa igreja. Assisti uns 15 minutos de missa e fui para a outra igreja. Na Batista tinha uma banda. Dois cantores principais e os back vocals. Legal, mas não muito melhor que as igrejas evangélicas do Brasil. Tem momentos que o pessoal se empolga e fica divertido. Fiquei uns 20 minutos e decidi voltar para a católica, eu realmente me amarrei no coral. Os caras mandavam muito bem, o cantor principal se alternava. Se eu soubesse que seria tão melhor teria visto a missa toda. Ainda tive a audácia de voltar na Batista e ver o final da celebração (ouvi mais músicas, o sermão da reverenda e a comunhão).

Depois fui andar pelo bairro. É um bairro de negros e realmente tem bastante negros. Vários turistas na rua principal também. O Harlem tem uns prédios bem característicos e muitas igrejas. Bateu a fome e parei para comer no White Castel (white? que irônico!). Passei pelo teatro Apollo (famosos como Michael Jackson já se apresentaram nele), o muro com grafite sobre prevenção do cancer de mama, muitas lojas famosas e camelôs vendendo coisas africanas e outros. Ainda tinha a volta e eu queria passar na Columbia University. A universidade é gigante, tem prédios para todo lado. Na ida vi alguns alunos chegando com mala de viagem, alguns prédios são casa de estudante. Passei por dentro do campus central, tem vários estudantes que se reunem ali, gramados que os americanos adoram e tal. Saio da universidade e há poucas quadras me deparo com uma igreja enorme: Cathedral Church of the Saint Jhon the divine. Muito bonita e estava em reforma mas foi possível entrar. Teto bem alto, um órgão antigo bem grande e várias capelas atrás do altar.

03/09 era o dia de voltar ao Brasil. De manhã dei uma passada rápida no Riverside Park que era perto do Hostel. Não tinha nada que chamou tanto a atenção. Não consegui chegar tão perto do rio porque tem uma rodovia movimentada sem semáforo para atravessar e preferi não arriscar. A viagem de volta duraria mais de um dia. Fui de shuttle/van do Hostel para o aeroporto (que fica em New Jersey), fiz o check-in no terminal C mas embarcaria no terminal B. Para ir de um terminal para outro usa-se o airtrain. Fui lá e peguei pro lado errado, notei quando o trem passou por cima da avenida que acessa o aeroporto. Ainda bem que eu estava adiantado e é perto pra voltar. Meu roteiro seria New Jersey - Boston - Washington DC - São Paulo - Curitiba. Mas eis que chego em Boston e na espera da conexão é anunciado que vai atrasar o voo para Washington. Com o atraso desse voo não foi possível pegar o voo que ia de Washington para São Paulo. Resultado: fui para Washington e a companhia United pagou comida e hospedagem lá pois o próximo voo seria apenas no mesmo horário da noite seguinte.

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